14 de Fevereiro ou “O dia mais piroso do ano”

Sou daqueles poucos (seremos mesmo assim tão poucos?) que tem um ódio de morte ao 14 de Fevereiro. Não tenho ódio ao mês nem ao dia em si, mas à “paneleirice” do festejo do dia!
E já agora, porque é que falam todos neste dia sempre com os anormais dos diminutivos? Neste dia parece que andam todos meladinhos, parvinhos, a comprar presentinhos idiotazinhos para o parzinho, a telefonar constantemente para o parzinho, a mandar SMS parvinhas ao parzinho…Parece que anda tudo com a “praga da gracinha”, de usar diminutivos em tudo…Cruzes! Por que é que neste dia, os casais fazem todo o género de idiotices que não fazem o resto do ano? Porquê? Para quê?
Será que os casais só se amam neste dia? Será que nos outros 364 dias do ano andam a aturar-se e a maltratar-se e odiar-se mutuamente para depois no dia 14 de Fevereiro ser tudo um mar de rosas?
Haja paciência!

Amem-se todos os dias, telefonem-se todos os dias, ofereçam presentes, sejam e estejam presentes todos os dias! Porquê só no dia 14 de Fevereiro?

Onde é que está a originalidade de sair, de dar um passeio, de oferecer presentes especificamente nesse dia, de ir jantar (já repararam que nesse dia é raro encontrar restaurantes com mesas para mais de duas pessoas?), de ir a um cinema ou concerto, quando todos esses sítios estão cheios pares?
Já pensaram que nesse dia todos fazem as mesmas coisas, pensam nas mesmas surpresas, nos mesmos sítios (há algum restaurante italiano que não esteja cheio nesta noite?), oferecem as mesmas rosas vermelhas, os mesmos bombons, a mesma lingerie…Caramba, gente!
Reinventem-se!

Ofereçam viagens ao exterior, jantem em casa à luz de velas com música romântica e com as vossas melhores roupas, ofereçam outras flores que não as rosas, passem o resto da noite em frente ao frigorífico como a Kim Basinger e o Mickey Rourke…sejam originais, criativos, apaixonados, bolas!

E nunca, mas nunca dependam de outros para fazerem coisas originais, senão acontece-vos como ao rapaz da anedota:

No dia dos Namorados um rapaz levou a namorada a jantar.
Durante o jantar, ele esteve sempre nervoso, sem saber o que dizer e o que fazer, até que decide dar uma vista de olhos às mesas em volta, para ver como os outros faziam.
Na mesa ao lado, um olha ternamente para a namorada, pega num pouco de mel e pergunta à amada:
-Mais mel, minha abelhinha?
Ela, toda ternurenta, olha para ele, agradece e dá-lhe um beijo.
Noutra mesa, a mesma cena. Um namorado pega numa saladeira e pergunta:
-Mais salada, meu grilinho?
Esta, também toda feliz, agarra a mão dele e beija-o.
Noutra mesa mais longe, o rapaz pega num torrão de açúcar e pergunta:
-Mais açúcar, meu docinho?
A rapariga em questão beija e abraça o namorado.
O rapaz ao ver tudo aquilo, decide agir. Olha para os aperitivos e pergunta à amada:
-Mais presunto, minha porca?