Nunca fomos grandes adeptos de naturalizações nem de contratações de técnicos estrangeiros para selecções portuguesas.

O que é facto é que tal foi sempre um acto normal em vários desportos em Portugal (veja-se os casos do voleibol, do andebol e do basquetebol, para não falar noutros), mas nunca o foi no caso do futebol.

Houve uma honrosa excepção que foi Otto Glória, com o honroso resultado que se conhece em 1966.

Mais recentemente tivemos a contratação de Scolari, com os honrosos resultados que se conhecem em 2004 e 2006.

Se em 1966 ainda não estávamos cá para opinar, em relação a Scolari estamos muito satisfeitos e, ao contrário de alguns, achamos que nunca devia ter saído.

Só que neste momento há outra questão polémica e que não tem a ver com treinadores, mas sim com jogadores.

É que nunca nos pareceu muito ajustada a naturalização de jogadores, para poderem jogar na nossa selecção.

Não é que sejamos contra as naturalizações de jogadores nascidos noutros países, mas as recentes naturalizações de jogadores brasileiros (que apesar de tudo estão há vários anos em Portugal) parece-nos que irão, mais cedo ou mais tarde, falsear ou alterar a "verdade" do jogo.

Independentemente da enorme valia técnica de jogadores como Deco, Pepe ou Liedson (que apreciamos), esperemos que com estas atitudes não estejamos a matar mais ainda o último bastião de portugalidade e nacionalidade no nosso futebol.

É que, depois desta atitude de Scolari (seguida também por Queiróz, pasme-se...), não nos espantaria nada que, ou viessem mais uns quantos, ou houvesse outros tantos a trocar a nossa selecção por outras...

Quando Scolari entrou para lugar e quando chamou Deco, prometemos de viva voz que nunca mais veríamos os jogos da selecção enquanto um a treinasse e o outro nela jogasse...mas rendemos-nos às evidências da eficácia de tais escolhas...

Orgulhos nacionalistas de lado, talvez por isso (e algo confiantes no milagre do apuramento), logo à noite estaremos a torcer por esta "United Colors of Portugal"!